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Sete Cidades
Área de Paisagem Protegida
Com 2173 hectares, esta área situa-se no extremo oeste de São Miguel, apresentando uma interessante diversidade paisagística, que reflete a conjugação dos valores naturais com as atividades humanas e integra um geossítio do Geoparque Açores – Geoparque Mundial da UNESCO.
A área é dominada pelo grande vulcão das Sete Cidades, que apresenta uma enorme caldeira de colapso de forma quase circular, com diâmetro médio de 5,3 quilómetros, profundidade máxima da ordem dos 630 metros e que se terá formado há cerca de 36 mil anos. Após a formação da caldeira, ocorreram no seu interior cerca de 15 erupções vulcânicas explosivas. A última destas erupções teve lugar por volta do ano 1439, na Caldeira Seca.
A sudeste da caldeira do vulcão formaram-se alinhamentos de cones vulcânicos, conhecidos por Serra Devassa. Neste maciço vulcânico localiza-se o maior número de lagoas e lagoeiros de São Miguel.
A maior lagoa dos Açores, a Lagoa das Sete Cidades, é constituída por duas massas de água distintas, a Lagoa Azul e a Lagoa Verde. Está classificada através do Plano de Ordenamento da Bacia Hidrográfica da Lagoa das Sete Cidades (POBHLSC), que tem como principal objetivo a melhoria da qualidade de água e a preservação dos recursos naturais. No interior da caldeira existe ainda a Lagoa de Santiago e a Lagoa Rasa.
Na zona da Serra Devassa existem cerca de 15 lagoas de menor dimensão. A Lagoa das Éguas Norte, a de maior altitude da ilha, a das Éguas Sul, e a Lagoa Rasa, situada a sudeste das Lagoas das Éguas. A sul desta, encontram-se as lagoas do Caldeirão Grande e do Caldeirão Pequeno Norte e Sul. No Pico das Empadadas localizam-se as Lagoas das Empadadas e junto ao Pico do Carvão situa-se a Lagoa do Carvão.
Em relação à flora destaca-se a presença das endémicas herbáceas Lactuca watsoniana (alfacinha), Angelica lignescens (angélica), Rumex azoricus (labaça-das-ilhas) e Euphorbia stygiana stygiana (trovisco-macho).
É também uma importante zona de passagem para aves migratórias, tais como a Ardea cinerea (garça-real) e a Fulica atra (galeirão-comum). Das aves residentes destacam-se as subespécies endémicas Regulus regulus azoricus (estrelinha) e Buteo buteo rothschildi (milhafre).
Nas águas das lagoas existem várias espécies introduzidas como Cyprinus carpio (carpa), Esox lucius (lúcio) e Procambarus clarkii (lagostim).
Para além da visita a diversos miradouros, esta zona dispõe dos trilhos Vista do Rei - Sete Cidades (PR03SMI), Mata do Canário - Sete Cidades (PR04SMI) e Serra Devassa (PRC05SMI).
A elevada riqueza hídrica do local, a presença de flora e fauna protegida e habitats prioritários, levou a que esta área protegida fosse classificada como Sítio Ramsar, ao abrigo da Convenção das Zonas Húmidas.