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Serra de Água de Pau
Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies
Localizada na parte central da ilha e com 1670 hectares, esta área protegida corresponde às vertentes do vulcão central de Água de Pau e integra no seu âmbito os objetivos e limites territoriais definidos para a Zona Especial de Conservação (ZEC) Lagoa do Fogo, no âmbito da Rede Natura 2000.
No flanco noroeste da Serra encontra-se bem marcado o Graben da Ribeira Grande, um maciço vulcânico em degraus de direção geral noroeste-sudeste. A partir das falhas associadas a esta estrutura originaram-se fenómenos de vulcanismo secundário, como fumarolas e nascentes termais (como é o exemplo da Caldeira Velha). O ponto mais alto deste maciço vulcânico é o Pico da Barrosa, a 949 metros de altitude, localizado a oeste da caldeira.
A este da Lagoa do Fogo, nas encostas do Monte Escuro, nasce a Ribeira Grande e numerosos afluentes do curso de água mais caudaloso da ilha. Historicamente, este caudal foi aproveitado para mover as mós dos moinhos de água que se encontravam na zona urbana que adotou o nome da própria ribeira, e atualmente é aproveitado para a produção de energia hidroelétrica e captada para o abastecimento de água.
Na Serra de Água de Pau, a humidade e altitude provocam a formação de nuvens e névoas numa constante mudança da visibilidade e luminosidade. Este clima propicia habitats para algumas espécies de flora nativas e endémicas, tais como Erica azorica (urze), Festuca francoi (bracel-do-mato), Morella faya (faia-da-terra), Calluna vulgaris (rapa), Hedera azorica (hera), Ilex azorica (azevinho), Laurus azorica (louro-da-terra), Viburnum treleasei (folhado), Vaccinium cylindraceum (uva-da-serra), Woodwardia radicans (feto), Myrsine retusa (tamujo), Sphagnum spp. (musgão), Juncus spp. (junco), Blechnum spicant (feto), Osmunda regalis (feto-real) e Bellis azorica (margarida).
Relativamente à avifauna, destacam-se as subespécies endémicas Buteo buteo rothschildi (milhafre), Turdus merula azorensis (melro), Motacilla cinerea patriciae (alvéola) e ainda uma colónia significativa de Larus michahellis atlantis (gaivota-de-patas-amarelas).