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Ilhéu de Vila Franca do Campo
Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies
Esta área foi inicialmente classificada como Reserva Natural, em 1983. O Ilhéu de Vila Franca do Campo ocupa 8 hectares e integra a Área Protegida para a Gestão de Recursos da Caloura - Ilhéu de Vila Franca do Campo, a Zona de Reserva Integral de Captura de Lapas. Esta geopaisagem constitui ainda um geossítio do Geoparque Açores – Geoparque Mundial da UNESCO.
O ilhéu representa um dos principais polos de atração no panorama litoral dos Açores devido aos seus valores geológicos, biológicos, histórico-culturais e paisagísticos e, em particular, à sua importância na preservação das espécies e habitats. Situa-se a cerca de 500 metros a sul de Vila Franca do Campo e corresponde aos escombros de um antigo cone vulcânico submarino do tipo surtseiano, cuja construção estima-se que tenha ocorrido há cerca de quatro a cinco mil anos. Atualmente, o cone vulcânico está parcialmente erodido e fraturado por várias fendas, que o dividem em dois: o Ilhéu Pequeno e o Ilhéu Grande.
A riqueza biológica do ilhéu é grande e passa pela diversidade faunística escondida no mar, quer no fundo arenoso, como no rochoso, que albergam uma variedade de moluscos (alguns endémicos) e equinodermes, como também pelo território de nidificação que representa para algumas aves marinhas nativas, como Calonectris borealis (cagarro) e Sterna hirundo (garajau-comum).
A nível da flora natural merece especial destaque as espécies Pericallis malvifolia (cabaceira), Erica azorica (urze), Festuca petraea (bracel-da-rocha), Euphorbia azorica (erva-leiteira), Azorina vidalii (vidália), Daucus carota azoricus (salsa-burra) e no topo do Ilhéu Grande, um exemplar solitário de Dracaena draco (dragoeiro).
Com vista a recuperar a vegetação nativa e melhorar o habitat das aves marinhas, este ilhéu foi intervencionado ao abrigo do Projeto LIFE “Ilhas Santuário para Aves Marinhas”.
É uma zona turística muito procurada durante a época de verão para banhos, mergulho de apneia e observação de aves. No entanto, durante os meses de junho a setembro, o número de pessoas que podem aceder a esta área protegida é limitado, como forma de mitigar o impacte sobre este habitat, de acordo com a Portaria n.º 66/2018, de 20 de junho.