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Jardim Botânico do Faial

Polo de Pedro Miguel

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Galeria

Focado na conservação de habitats e espécies características da Laurissilva húmida e hiper-húmida dos Açores, o Jardim Botânico do Faial criou, em 1995, um novo polo com uma área de cerca de 60 mil m².

Este polo, aberto a visitação mediante marcação, encontra-se na Freguesia de Pedro Miguel, numa zona de talvegue na vertente leste da ilha do Faial, a cerca de 400 metros de altitude.

Aquando da sua aquisição, esta área consistia num amplo terreno de pastagem com cerca de 50 mil m², de declives suaves a planos, com algumas manchas residuais seminaturais de Laurissilva açoriana e de incenso (Pittosporum undulatum) – espécie exótica invasora – e numa imponente área de 10 mil m² de turfeira associada a uma charneca de urze (Erica azorica) e a pequenos charcos temporários de elevada importância para a conservação. Importância esta que levou à sua integração na lista de Biótopos do programa CORINE (Coordination of Information on the Environment), em 1988, que serviu de base para a criação da Rede Natura 2000 (rede de conservação da diversidade biológica e ecológica dos Estados Membros da Comunidade Europeia).

Em 1996, para fins experimentais e de investigação, iniciou-se um projeto pioneiro e ambicioso de reintrodução da floresta Laurissilva e das charnecas endémicas outrora existentes no local, e de recuperação das turfeiras ali existentes. Para tal, e com o intuito de acelerar o processo de regeneração natural da floresta, foram reintroduzidas cerca de 8000 plantas de diferentes espécies.

Este projeto compreendeu uma série de trabalhos preliminares à plantação, nomeadamente a erradicação da vegetação invasora; a modelação do terreno e a criação de um sistema de percursos, que visavam dinamizar e tornar o espaço mais apelativo à futura visitação; a criação de um sistema de drenagem que possibilitasse a criação de microclimas com diferentes condições de humidade para as diferentes exigências das espécies; a colheita na natureza de exemplares, estacas e sementes das espécies a serem reintroduzidas; e a criação de cortinas de vegetação resistente aos ventos fortes de forma a proteger as espécies mais sensíveis.

Por fim, em 1998, foi concluída a primeira fase de plantações, sendo necessária, desde então, uma constante monitorização e manutenção dos habitat, através, por exemplo, do controlo da vegetação invasora que tende a proliferar e da constante reintrodução de novas espécies ou de mais exemplares de espécies já existentes.

Para além da valência de investigação, esta área tem um importante papel na conservação de espécies características de habitats de maior altitude. A espécie não-me-esqueças (Myosotis azorica), da ilha das Flores, constitui um excelente exemplo de sucesso de reintrodução. O facto de ser mantido em cultivo no Polo de Pedro Miguel desde 2005 permitiu a sua reintrodução no seu habitat natural da ilha das Flores em 2015, ilha onde não é observado em estado selvagem desde 1999.

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