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Costa e Caldeirão do Corvo
Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies
Esta área protegida, com cerca de 777 hectares e uma altitude máxima de 720 metros, inclui a maioria do litoral da ilha e os seus ilhéus, bem como o vulcão do Caldeirão do Corvo.
Ao longo de toda a sua extensão, esta área alberga importantes comunidades de espécies de flora e fauna endémicas, bem como aves migratórias.
Nesta área protegida também se encontram zonas húmidas de extrema importância para a regulação do sistema hidrológico do Corvo, nomeadamente no interior dos bordos do Caldeirão e nas zonas mais altas da ilha, nas faces exteriores viradas a sul e a este.
Os principais elementos desta área classificada são o Caldeirão, os ilhéus do Marco e do Torrão, isolados da ilha através da erosão marinha, a Ponta do Marco e imponentes arribas.
A formação do Vulcão do Caldeirão ter-se-á iniciado há cerca de 1 a 1,5 milhões de anos, numa primeira fase com erupções, predominantemente, explosivas e, depois, com uma sucessão de escoadas lávicas basálticas s.l. Este possui uma caldeira de colapso com 2 quilómetros de diâmetro médio e cujo interior é ocupado por uma lagoa e pequenos cones de escórias e de salpicos de lava.
Por sua vez, a Ponta do Marco é uma falésia litoral que exibe uma sequência vulcano-estratigráfica associada ao vulcão principal da ilha e um intrincado sistema de filões basálticos.
As arribas inacessíveis da área protegida apresentam fraturas com vegetação particularmente rica em espécies raras, dependendo da natureza geomorfológica da arriba. Incluem-se ainda neste habitat taludes terrosos, muros colonizados por vegetação vascular comofítica especializada (vegetação que vive em pequenas porções de solo em descontinuidades rochosas) e biótipos de vegetação epifítica (plantas que vivem sobre outras plantas, que lhes servem de suporte).
A nível da flora, destaca-se a presença de turfeiras arborizadas, da vidália (Azorina vidalii) e de espécies raras como não-me-esqueças (Myosotis azorica) e Veronica dabneyi.
Em termos de avifauna, destacam-se as colónias de aves marinhas como o cagarro (Calonectris borealis), o garajau-comum (Sterna hirundo) e o frulho (Puffinus lherminieri baroli). Devido à sua proximidade com o continente americano, à ausência de vegetação arbórea e à inexistência de povoados numa parte significativa da ilha, é possível observar, no Corvo, inúmeras aves raras de origem neártica e espécies ocasionais, de avistamento raro na Europa, levando muitos amantes da ornitologia a este território açoriano.
Esta área abrange a Zona de Proteção Especial (ZPE) e a Zona Especial de Conservação (ZEC) da Costa e Caldeirão no âmbito da Rede Natura 2000, uma Área Importante para as Aves e Biodiversidade (IBA – Important Bird and Biodibersity Area) da organização BirdLife International, um Sítio Ramsar ao abrigo da Convenção Ramsar, e a sua extremidade marinha confina com a Área Protegida de Gestão de Recursos da Costa do Corvo. A ilha do Corvo está classificada, desde 2007, como Reserva da Biosfera no âmbito do Programa MAB (Man and the Biosphere – O Homem e a Biosfera) da UNESCO.