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Alonso Miguel assinalou 20.º aniversário da classificação da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico pela UNESCO
3 de Julho de 2024
O Secretário Regional do Ambiente e Ação Climática, Alonso Miguel, que presidiu na terça-feira à cerimónia de abertura das comemorações do 20.º aniversário da classificação da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico como Património Mundial da Humanidade, pela UNESCO, destacou “o tesouro inestimável, reconhecido mundialmente pela extraordinária beleza cénica e importância cultural, económica e histórica, que retrata a natureza vulcânica da ilha e a evolução histórico-cultural de cinco séculos de ocupação humana de um território isolado e repleto de constrangimentos físicos e naturais”.
“Esta é uma história que representa o trabalho árduo, de resiliência, de dificuldade e de sacrifícios, em que, ao longo dos séculos, os habitantes desta ilha aperfeiçoaram técnicas de cultivo”, sublinhou.
A Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, Património Mundial da UNESCO, ocupa uma área total de 987 hectares, envolvida por uma zona tampão com 1.924 hectares, sendo composta por uma faixa de território que abrange parcialmente as costas norte e sul, e a costa oeste da ilha, implantados em extensos campos de lava caracterizados por uma excecional riqueza e beleza natural e paisagística.
De acordo com Alonso Miguel, “os processos de classificação da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico como área protegida, em 1996, e posteriormente, pela valia paisagística e histórico-cultural do património natural e edificado desta Paisagem, a sua inclusão, em 2004, na lista de bens Património Mundial da UNESCO, como Paisagem Cultural, foram processos determinantes para a recuperação e preservação deste extraordinário património natural e cultural e para a excelência dos vinhos produzidos nesta área”.
Alonso Miguel acrescentou que “também os sistemas de apoio, criados pelo Governo Regional ao longo destes 20 anos, assumiram um papel fulcral como estímulo à recuperação e manutenção das vinhas”, recordando que “os incentivos da responsabilidade da tutela da Agricultura, em 2023, na ilha do Pico, ascenderam a cerca de 1,9 milhões de euros, sendo que os apoios à manutenção das paisagens tradicionais da cultura da vinha, atribuídos pela tutela do Ambiente, se aproximaram de 1,8 milhões de euros”.
O governante sublinhou que “em 2024, foram contemplados pelos incentivos financeiros à manutenção das paisagens tradicionais da cultura da vinha 416 beneficiários da ilha do Pico, num investimento superior a 1,8 milhões de euros, o maior de sempre, com vista à manutenção de aproximadamente 869 hectares de vinha, o que representa uma evolução muito significativa para uma área recuperada sete vezes superior à área em produção no ano de 2004”.
“No total, desde a criação deste programa, gerido pela Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática já foram atribuídos cerca de 14,5 milhões de euros em apoios a beneficiários da ilha do Pico”, esclareceu.
“São, portanto, investimentos que demonstram bem o compromisso do Governo Regional dos Açores para com a manutenção desta paisagem única, imagem de marca da nossa Região, que ainda no passado dia 28 de junho foi galardoada com o prémio especial «Destino Vínico 2024», pela Revista Paixão pelo Vinho, depois de, em 2018, ter conquistado o Prémio Nacional da Paisagem, entre 22 candidaturas, que foi alvo de reconhecimento na Convenção Europeia da Paisagem 2018/2019”, acrescentou.
Alonso Miguel frisou que, “felizmente, foi possível inverter a tendência do abandono da paisagem, verificando-se um crescente número de jovens a iniciar a sua atividade como produtores, com projetos consistentes e com maiores áreas, o que leva à diversidade e aumento da qualidade dos vinhos do Pico”.
“A paisagem da cultura da vinha da Ilha do Pico não é apenas um testemunho da resiliência e engenhosidade humana, é também um símbolo de identidade cultural, que a todos nos orgulha, bem como um extraordinário ativo para o desenvolvimento socioeconómico da ilha do Pico e dos Açores”, disse ainda.
O programa do evento incluiu também uma mesa-redonda, com um painel de oradores composto por Manuel Tomás, Maria Jesus Pimentel e Pedro Cunha Silva, moderado por Milton Dias, tendo sido protagonizados ainda diversos momentos artísticos, designadamente uma pintura ao vivo, por Djervy Santos, uma atuação musical de viola da terra, com Mónica Goulart, e uma atuação do Grupo Folclórico da Casa do Povo da Madalena.