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Dia Mundial das Zonas Húmidas

Dia Mundial das Zonas Húmidas

2 de Fevereiro de 2024

Mais de 50% das Zonas Húmidas de água doce mundiais são turfeiras, ecossistemas formados pela acumulação de matéria orgânica em solos mal drenados, onde, sob condições húmidas e ácidas, forma-se um substrato de turfa, resultante da degradação da matéria orgânica em condições de ausência de oxigénio.

Nos Açores, estes ecossistemas constituem quase 7% da área terrestre dos Açores, existindo em quase todas as ilhas, com a exceção de Santa Maria e Graciosa, dado que aparecem principalmente em zonas de maior altitude e pluviosidade. Na nossa região podemos encontrar três tipos básicos de turfeiras, as de Sphagnum dominadas por este briófito (musgo), e normalmente alimentadas exclusivamente por água da chuva e por isso ombrotrófitas (pobres em nutrientes), as de herbáceas, que ocorrem em situações de presença de águas predominantemente minerotróficas (mais ricas em nutrientes), e as florestadas, onde aparecem uma série de plantas arbóreas.

O Sphagnum é um conjunto de plantas do género mesmo nome, capazes de armazenar entre 15 a 30 vezes o seu peso seco em água, em células especializadas, denominadas de hialinas. Estas plantas têm um papel fundamental na criação das turfeiras, através do armazenamento de água em processos que levam à acidificação do meio.

Estes ecossistemas são naturalmente ricos em biodiversidade, apresentando diversas espécies florísticas naturais dos Açores, e constituindo um importante habitat para a avifauna migratória.

No Ciclo da Água das ilhas, as turfeiras têm um papel fundamente, funcionando como filtros e reservatórios de água, evitando inundações e derrocadas nas alturas de precipitação mais intensa, e regularizando o caudal das linhas de água, já que se comportam como esponjas, absorvendo a água em excesso e libertando a mesma de forma gradual.

No combate às alterações climáticas, a turfeiras têm um papel mitigador fundamental como reservatório de Carbono, ao fixar este elemento na turfa, prevenindo também algumas das piores consequências destas alterações, ao regularizar os caudais das linhas de água e ao absorver a energia excessiva dos eventos de precipitação extrema.

Estes ecossistemas encontram-se atualmente protegidos por diversos diplomas legais, nomeadamente a Diretiva Habitats, que deu origem à Rede Natura 2000, assim como pela Convenção Ramsar para as zonas húmidas, e por diversos diplomas regionais.

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