menu logo

tamanho do texto:

Fajãs do Norte

Área de Paisagem Protegida

gallery_thumbnail
zoom in

Galeria

Estendendo-se ao longo da costa nordeste de São Jorge, esta área protegida compreende cerca de 2926 hectares desde a foz da ribeira que desagua a oeste da Fajã Isabel Pereira até confrontar com a Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies da Costa do Topo.

Esta área protegida é composta por arribas com alturas entre 300 e 700 metros e diversas fajãs, na sua grande maioria detríticas, como é o caso das fajãs dos Cubres, do Belo e da Caldeira de Santo Cristo. Existem ainda três fajãs lávicas nesta área, nomeadamente as fajãs da Ribeira d’Areia, do Ouvidor e das Pontas.

Nestas fajãs, é possível observar diversas espécies de aves marinhas ou aquáticas e de peixes, bem como espécies de flora endémica dos Açores.

A Fajã da Caldeira de Santo Cristo é uma fajã detrítica formada por materiais decorrentes de movimentos de vertente (como desabamentos, deslizamentos e quebradas), cujas dimensões foram significativamente incrementadas na sequência de movimentos de vertente aquando do sismo de 9 de julho de 1757. A ação erosiva do mar, das águas pluviais e das águas de escorrência superficial terá originado a sua singular laguna costeira, separada do mar por uma praia de seixos, mas que comunica diretamente com o mesmo através de uma embocadura de maré construída pelo Homem.

Na laguna costeira da Caldeira de Santo Cristo habita a única população de amêijoas (Ruditapes decussatus) comercialmente explorada nos Açores. Pela grande proteção que oferece das condições do mar, esta laguna constitui uma zona de maternidade para vários peixes marinhos como o mero (Epinephelus marginatus), o badejo (Mycteroperca fusca) e a tainha (Chelon labrosus).

À semelhança da Fajã da Caldeira de Santo Cristo, a Fajã dos Cubres é uma fajã detrítica e, a par desta, constituem o único sistema de lagunas costeiras dos Açores, um habitat prioritário e protegido. A laguna costeira da Fajã dos Cubres não comunica diretamente com o mar, o que condiciona a sua hidrodinâmica.

A abundância de uma planta de pequenas flores amarelas, o cubres (Solidago azorica), está na origem do nome desta fajã.

Por sua vez, Fajã da Ribeira d’Areia em conjunto com a Fajã do Ouvidor e a Fajã das Pontas são as únicas fajãs lávicas existentes no litoral norte da ilha. Tiveram origem a partir de escoadas lávicas basálticas emitidas da cordilheira vulcânica central, associadas a erupções vulcânicas ocorridas nos últimos 10 mil anos, que atingiram a linha de costa espraiando-se na sua base.

Aqui, a arriba fóssil (a montante da Fajã da Ribeira d’Areia e que testemunha a linha de costa anterior à erupção vulcânica que originou a fajã lávica) atinge cerca de 280 metros de altitude e ao longo da frente litoral é possível observar lavas encordoadas, grutas litorais (de erosão marinha) e diversos arcos lávicos bem preservados, como é o caso do Arco da Fajã da Ribeira d’Areia.

Esta zona permite observar espécies de avifauna migratória, como a garça-real (Ardea cinerea), a garça-branca-pequena (Egretta garzetta), o galeirão-comum (Fulica atra), a narceja-comum (Gallinago gallinago), a perna-verde-comum (Tringa nebularia), o pato-real (Anas platyrhynchos), maçarico-galego (Numenius phaeopus) e, a mais rara, a garça-vermelha (Ardea purpurea). 

Também é possível observar aves marinhas como o cagarro (Calonectris borealis), o garajau-comum (Sterna hirundo) e o garajau-rosado (Sterna dougallii), e espécies de aves terrestres, como o pombo-torcaz dos Açores (Columba palumbus azorica), o tentilhão (Fringilla coelebs moreletti) e a alvéola (Motacilla cinerea patriciae). 

Em termos de flora, destacam-se a Ruppia maritima (a única planta vascular marinha registada para os Açores), a urze (Erica azorica), a erva-leiteira (Euphorbia azorica), o junco-agudo (Juncus acutus), a Spergularia azorica, o feto (Asplenium marinum), o perrexil-do-mar (Crithmum maritimum), o bracel-da-rocha (Festuca petraea), o cedro-do-mato (Juniperus brevifolia) e o pau-branco (Picconia azorica), e a espécie nativa faia-da-terra (Morella faya). 

O trilho Serra do Topo - Caldeira de Santo Cristo - Fajã dos Cubres (PR01SJO) é uma boa opção para visitar este local e usufruir das belas paisagens.

Esta área protegida integra a Zona Especial de Conservação (ZEC) Costa Noroeste e Ponta do Topo no âmbito da Rede Natura 2000, está classificada como Sítio Ramsar ao abrigo da Convenção Ramsar e como geossítio do Geoparque Açores – Geoparque Mundial da UNESCO. 

Classificações:

Geossítio

Rede Natura 2000

Sítio Ramsar

Reserva da Biosfera

Respeita os termos do WCAG 2.00 AA